O Impacto dos conflitos do Oriente Médio no Comércio Global
Em tempos de tensão, o Canal de Suez e o petróleo voltam aos holofotes, e Brasil pode acabar se beneficiando.
Quando pensamos em crises internacionais, raramente imaginamos que elas possam trazer algum benefício para o Brasil. Mas o conflito entre Israel e Hamas, que se intensificou recentemente, está criando um efeito dominó no comércio global — e o nosso país está no meio desse jogo.
O Canal de Suez, que conecta a Europa à Ásia, é responsável por uma fatia impressionante de 12% do comércio mundial. Uma rota vital que pode ser gravemente afetada pelo aumento das tensões no Oriente Médio. Você deve estar se perguntando: como isso afeta o Brasil? A resposta está no petróleo.
Qualquer interrupção no Canal pode inflacionar os preços do petróleo, uma das principais commodities brasileiras. Para o Brasil, isso pode parecer uma boa notícia no curto prazo, já que uma alta nos preços significa mais dinheiro entrando nos cofres com as exportações. Em 2024, o Brasil já viu uma grande demanda de petróleo da China e, com a produção mundial ameaçada, essa demanda pode aumentar ainda mais.
Mas nem tudo são flores. O que ganha de um lado, o Brasil pode perder de outro. Os preços de commodities mais altos também trazem pressão inflacionária, impactando a economia doméstica e os custos de importação. E mais: se o conflito se espalhar, as cadeias de suprimento podem ser desestabilizadas, o que afeta a chegada de produtos essenciais, inclusive para a indústria nacional.
Portanto, a lição aqui é que o comércio exterior nunca é tão simples quanto parece. Enquanto os navios continuam cruzando o Canal de Suez, o mundo inteiro observa, atento, os movimentos de preços e as reações geopolíticas. O Brasil, mesmo distante, está muito mais envolvido do que se imagina — seja através do petróleo, do minério de ferro ou até da soja que exporta para a China.
E se a história nos ensina algo, é que crises também abrem oportunidades inesperadas. Será que essa turbulência pode ser o empurrão que o comércio brasileiro precisava para crescer ainda mais em 2024?