Acordo Mercosul – União Europeia é adiado para 2026

Impasses políticos e tensões setoriais reacendem o debate sobre competitividade e criam novos desafios estratégicos

O tão esperado acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que já se arrasta há mais de duas décadas, foi novamente adiado, agora para janeiro de 2026. O anúncio veio em meio a uma onda de protestos e impasses políticos na Europa, que expuseram as divergências internas entre os países do bloco e as preocupações de setores produtivos com os efeitos da abertura comercial. Enquanto líderes europeus tentavam fechar os últimos detalhes do tratado, agricultores tomaram as ruas de Bruxelas em protestos marcados por bloqueios e confrontos com a polícia, demonstrando forte resistência ao acordo. Eles temem perder competitividade diante de produtos agrícolas do Mercosul, que chegam ao mercado europeu com custos mais baixos e regras de produção diferentes. França e Itália, por exemplo, pressionaram para adiar a assinatura, defendendo a necessidade de novas salvaguardas para proteger seus produtores locais, o que acabou empurrando a decisão final para o próximo ano.

O Conselho Europeu ficou dividido, de um lado, países como Alemanha e Espanha apoiavam a assinatura imediata, destacando os benefícios econômicos e diplomáticos do pacto; do outro, nações mais protecionistas exigiam revisões adicionais para garantir equilíbrio comercial. O resultado foi um novo impasse, que mantém a incerteza sobre quando, e em que termos, o acordo será finalmente firmado.

Para o comércio exterior, esse adiamento tem efeitos diretos. Operadores logísticos e exportadores que aguardavam a definição do tratado precisam rever projeções e ajustar estratégias. O pacto prometia ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado europeu e reduzir barreiras tarifárias, especialmente nos setores agrícola e industrial. Com o atraso, o planejamento de rotas, custos de transporte e prazos de negociação ficam em compasso de espera, exigindo maior flexibilidade das empresas que atuam no transporte internacional.

Além disso, o debate em torno das salvaguardas ambientais e das condições de competitividade revela que as regras do jogo ainda estão em construção. Cada ajuste feito na Europa pode mudar o cenário de exportações brasileiras, impactando margens, contratos e modelos logísticos. O adiamento do acordo não é apenas um contratempo diplomático, é um alerta de que o ambiente global continua volátil e que antecipar tendências é fundamental para manter a competitividade.

Autor do post Maria Bianchini

Por Maria Bianchini

19/12/2025 12:44
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Útimas notícias

Petrobras projeta US$ 109 bilhões em investimentos até 2030

Por Maria Bianchini

A Petrobras anunciou seu novo Plano de Negócios 2026–2030, que prevê investimentos de US$109 bilhões ao longo dos próximos cinco anos. O valor representa uma leve redução em relação ao plano anterior, reflexo direto do cenário de volatilidade nos preços internacionais do petróleo. Apesar da retração, o montante revela uma estratégia robusta voltada à eficiência, disciplina de capital e consolidação da liderança da estatal no setor de energia.

O foco principal do investimento segue no segmento de Exploração e Produção (E&P), com US$69,2 bilhões destinados ao desenvolvimento do Pré-Sal, um dos ativos mais rentáveis e estratégicos do país. Além disso, a companhia prevê aportes em campos do Pós-Sal, águas rasas, ativos internacionais e projetos de transição energética. Essa diversificação reforça a busca por equilíbrio entre rentabilidade e sustentabilidade, ao mesmo tempo em que sinaliza uma transição gradual para fontes mais limpas e tecnologia de baixo carbono.

No contexto do comércio internacional, esse movimento da Petrobras pode gerar efeitos relevantes na cadeia logística e na dinâmica global de energia. Um plano dessa magnitude tende a impactar o fluxo marítimo de equipamentos, insumos e derivados, movimentando portos, armadores e operadores logísticos em diferentes regiões. Para o Brasil, o aumento das operações no setor de óleo e gás significa também maior demanda por transporte especializado e soluções integradas em logística internacional. Nesse cenário, empresas do setor precisam estar preparadas para responder com agilidade e eficiência aos novos desafios do mercado.

Aqui nós acompanhamos de perto cada transformação que impacta o comércio exterior brasileiro. Com nossa experiência em transporte marítimo, aéreo e rodoviário, estamos preparados para oferecer soluções seguras e personalizadas, garantindo previsibilidade e alta performance em nossas operações logísticas, porque acreditamos que cada movimento global é uma nova oportunidade para crescermos juntos. 

Postado em 28/11/2025

Santa Catarina bate recorde em exportações de carnes

Por Maria Bianchini

Santa Catarina alcançou um marco histórico nas exportações de carnes, registrando US$3,72 bilhões em receita entre janeiro e outubro de 2025, consolidando-se como um protagonista do agronegócio brasileiro no cenário internacional. O estado exportou 1,68 milhão de toneladas de diferentes proteínas, incluindo frango, suínos e bovinos, o que representa crescimento de 3% em volume e 9,2% em receita em comparação ao mesmo período do ano passado.

O desempenho reflete uma estratégia consistente de diversificação de mercados, fortalecida pela colaboração entre produtores e governo estadual. No segmento de frango, a recuperação após o surto de influenza aviária no sul do país demonstra resiliência, enquanto Santa Catarina se mantém responsável por mais da metade das exportações nacionais de suínos, com o Japão consolidado como principal destino.

A expansão das vendas para a União Europeia e a reabertura do mercado chinês reforçam a competitividade do estado, aumentando a previsibilidade e a estabilidade das operações comerciais. Países como Holanda, Arábia Saudita, Japão, Reino Unido e México destacam-se entre os principais compradores, enquanto o crescimento em receita e volume indica a consolidação de Santa Catarina como referência global no setor.

No âmbito estratégico, o fortalecimento das exportações catarinenses oferece ganhos significativos para toda a cadeia de comércio exterior. Com maior diversificação de mercados, produtores e agentes de cargas ganham flexibilidade e segurança, enquanto importadores se beneficiam de custos mais controlados e operações mais previsíveis. A combinação de estratégia, competitividade e resiliência posiciona Santa Catarina como um modelo de eficiência para o agronegócio brasileiro no mercado internacional.

Postado em 14/11/2025

Nova hidrovia Goiás–Santos

Por Maria Bianchini

O anúncio de um investimento bilionário para a criação de uma nova hidrovia entre Goiás e o Porto de Santos marca um passo importante na modernização da logística nacional. O projeto, estimado em R$1,5 bilhão, pretende integrar os modais hidroviário, ferroviário e rodoviário, criando um corredor estratégico para o escoamento de grãos e cargas do Centro-Oeste até o litoral paulista, um movimento que pode redefinir o fluxo do comércio exterior brasileiro.

A nova rota multimodal, liderada pela MRS Hidrovias, ligará o terminal de São Simão (GO) a Pederneiras (SP), onde se conecta à malha ferroviária rumo ao Porto de Santos. Com previsão de operação em 2027, o corredor deve iniciar com capacidade de 2,3 milhões de toneladas anuais, podendo dobrar esse volume nos primeiros anos.

Na prática, a iniciativa promete reduzir custos logísticos, ampliar a eficiência operacional e aumentar a competitividade das exportações brasileiras, especialmente do agronegócio, um dos pilares da balança comercial. A interligação direta com o maior porto da América Latina favorece a fluidez das cadeias produtivas e dá mais previsibilidade às operações de comércio exterior, um diferencial valioso num cenário global de margens apertadas e prazos rigorosos.

Outro ponto de destaque é a sustentabilidade. O uso da hidrovia reduz o consumo de combustível e as emissões de CO₂, diminuindo a pegada ambiental do transporte. Essa eficiência ambiental é cada vez mais valorizada por parceiros e compradores internacionais, que exigem práticas ESG na cadeia logística.

Os reflexos positivos se estendem por todo o setor de COMEX. Com mais opções de rotas e menor dependência de eixos rodoviários congestionados, exportadores e agentes de cargas ganham flexibilidade e segurança. Importadores também se beneficiam com maior previsibilidade e custos mais controlados no transporte de insumos e matérias-primas.

Para empresas brasileiras que operam globalmente, essa é uma oportunidade de alinhar estratégia logística, competitividade e sustentabilidade, três pilares fundamentais para o novo comércio internacional.

Postado em 07/11/2025

Café brasileiro nos EUA

Por Maria Bianchini

O café brasileiro, que responde por cerca de um terço do consumo americano, enfrenta uma situação crítica nos Estados Unidos desde agosto, quando uma tarifa de 50% foi aplicada sobre o produto. A medida dificultou a entrada de café brasileiro no país, fazendo com que torrefadores recorrem aos estoques internos e, em muitos casos, cancelassem pedidos, arcando com taxas que variam de US$20 a US$25 por saca de 60 kg. Essa realidade evidencia como as alterações tarifárias podem gerar impactos imediatos em toda a cadeia de abastecimento e na precificação do produto.

Para contornar a situação, algumas empresas adotaram estratégias alternativas. Em vez de importar diretamente, cargas foram redirecionadas para o Canadá ou armazenadas em armazéns aduaneiros na Flórida, o que permite que as mercadorias não paguem tarifas até serem vendidas. Paralelamente, torrefadores têm substituído parte do café brasileiro por grãos de Colômbia, México e América Central, que tiveram aumento de até 10% nos preços desde o anúncio da tarifa, enquanto o café brasileiro apresentou queda de aproximadamente 5%. Essas medidas refletem a necessidade de flexibilidade e planejamento logístico para garantir continuidade no fornecimento.

O impacto chega também ao consumidor final. Em setembro, o preço médio do café torrado e moído nos supermercados dos EUA subiu 41%, atingindo US$9,14 por libra. Com estoques atuais estimados em 4 milhões de sacas, a projeção é de redução para entre 2,5 e 3 milhões de sacas até dezembro, próximo do limite considerado seguro para atender à demanda. Enquanto o acordo comercial entre EUA e Brasil não se concretiza, o mercado segue pressionado, exigindo dos importadores estratégias de adaptação e das empresas brasileiras atenção contínua para transformar desafios em oportunidades.

Postado em 31/10/2025

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