Nova hidrovia Goiás–Santos
Desafios e oportunidades para o comércio exterior brasileiro
O anúncio de um investimento bilionário para a criação de uma nova hidrovia entre Goiás e o Porto de Santos marca um passo importante na modernização da logística nacional. O projeto, estimado em R$1,5 bilhão, pretende integrar os modais hidroviário, ferroviário e rodoviário, criando um corredor estratégico para o escoamento de grãos e cargas do Centro-Oeste até o litoral paulista, um movimento que pode redefinir o fluxo do comércio exterior brasileiro.
A nova rota multimodal, liderada pela MRS Hidrovias, ligará o terminal de São Simão (GO) a Pederneiras (SP), onde se conecta à malha ferroviária rumo ao Porto de Santos. Com previsão de operação em 2027, o corredor deve iniciar com capacidade de 2,3 milhões de toneladas anuais, podendo dobrar esse volume nos primeiros anos.
Na prática, a iniciativa promete reduzir custos logísticos, ampliar a eficiência operacional e aumentar a competitividade das exportações brasileiras, especialmente do agronegócio, um dos pilares da balança comercial. A interligação direta com o maior porto da América Latina favorece a fluidez das cadeias produtivas e dá mais previsibilidade às operações de comércio exterior, um diferencial valioso num cenário global de margens apertadas e prazos rigorosos.
Outro ponto de destaque é a sustentabilidade. O uso da hidrovia reduz o consumo de combustível e as emissões de CO₂, diminuindo a pegada ambiental do transporte. Essa eficiência ambiental é cada vez mais valorizada por parceiros e compradores internacionais, que exigem práticas ESG na cadeia logística.
Os reflexos positivos se estendem por todo o setor de COMEX. Com mais opções de rotas e menor dependência de eixos rodoviários congestionados, exportadores e agentes de cargas ganham flexibilidade e segurança. Importadores também se beneficiam com maior previsibilidade e custos mais controlados no transporte de insumos e matérias-primas.
Para empresas brasileiras que operam globalmente, essa é uma oportunidade de alinhar estratégia logística, competitividade e sustentabilidade, três pilares fundamentais para o novo comércio internacional.





